Fornecer soluções de consultoria em sustentabilidade para toda a cadeia da construção civil, gerando resultado financeiro e agregando valores para a reputação, responsabilidade e perenidade de nossos clientes, além de contribuir para o desenvolvimento de um mundo mais justo e igual para nossos colaboradores, fornecedores, parceiros e sociedade.
Na última sexta feira, (06/12) a Marcetex teve a honra de participar da 23• Prêmio Pini, na FIESP, que reuniu executivos, empresários, formadores de opinião e autoridades setoriais da construção civil.
No final de 2016, pensando na importância de incorporar a sustentabilidade em seus produtos, com seriedade nas ações, a Marcetex procurou a StraubJunqueira – consultoria em sustentabilidade – afim de realizar um diagnóstico para entender melhor a sustentabilidade em seus produtos, o que resultou na elaboração de uma Declaração de Sustentabilidade de Produto.
O diagnóstico possibilitou uma melhoria na atuação ambiental da Marcetex, potencializando as ações que já haviam sendo praticadas – realçando as certificações vigentes na empresa – e fundamentando as estratégias futuras em relação a sustentabilidade como novas certificações, novos relatórios, gestão de qualidade, entre outros.
Inscrita para concorrer ao Prêmio Iniciativa Setorial de Destaque – categoria que objetiva reconhecimento de ações de impacto para o desenvolvimento setorial – a Marcetex figurou entre os três primeiros colocados, reforçando o entendimento de estão no caminho certo!
As certificações são enormes navios “quebra-gelo” passando por trechos marítimos completamente congelados. Esses navios são essenciais para que outros possam vir atrás sem correrem o risco de afundar. Geralmente é isso o que digo quando me questionam sobre a importância das certificações. E voltando um pouco para os meus tempos de FGV, quando terminei o MBA fiquei tentando assimilar tudo o que eu tinha visto e aprendido ao longo daqueles anos. Basicamente, estudamos como a sustentabilidade pode e deve ser incorporada na nossa atuação pessoal e profissional, de como são importantes as políticas públicas e empresariais, de ter uma boa governança, ser transparente, ter valores, de saber nossas responsabilidades, de agirmos com ética e compreender, um pouco mais, o real significado da palavra liberdade. Liberdade nada mais é do que termos uma sociedade mais justa, uma sociedade que proporcione uma base mais igualitária para darmos o direito de escolha para que o indivíduo possa ser quem realmente ele deseja ser. Dentro de tudo isso, podemos entender que o desenvolvimento sustentável só existe de fato quando nós (sociedade, indivíduo, organizações e governo) pensamos e agimos dentro dos pilares da sustentabilidade. Temos que transformar a nós mesmos e o meio à nossa volta.
Na figura abaixo tento transcrever isso mostrando os ambientes interno e externo. O interno seria, por exemplo, a organização, o indivíduo. O externo é a cadeia que faz parte daquela organização ou indivíduo. A questão é que se trilharmos sozinhos o caminho para o desenvolvimento sustentável, podemos nos decepcionar ao chegar lá e perceber que ninguém mais veio. Por isso é importantíssimo o compartilhamento do conhecimento, da aprendizagem, dos erros e acertos ao longo do percurso.
Comparando a Interface com a Marcetex, o despertar da Marcetex para a sustentabilidade aconteceu em 2016, 22 anos após o despertar da Interface, 10 anos após o anúncio do programa “Missão Zero” e 4 anos antes do atendimento de todas as suas metas. No entanto, a Marcetex ainda é uma das empresas pioneiras no Brasil quando o assunto é sustentabilidade. Como uma lagarta que prepara sua metamorfose, a Marcetex deu um importante passo.
Abraços e até a próxima.
Obs. Não deixe de comentar!
Texto escrito por:
Eduardo Straub, WELL AP e LEED AP BD+C, Sócio-Proprietário da StraubJunqueira (Consultoria Especializada em Construção Sustentável e Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar), empresa membro do GBC Brasil.
“Queremos dar o próximo passo.” Leopoldo, responsável pelo departamento estratégico da Marcetex, iniciou a conversa. “Além de outros produtos, fabricamos divisórias para escritórios e gostaríamos de entender o quanto e como podemos contribuir para o LEED.”
Foi interessante perceber essa inversão de papeis. Geralmente somos nós que vamos até a indústria mostrar a importância de incorporar a sustentabilidade em seus produtos, mas, nesse caso, foram eles que chegaram até nós.
Nesse parágrafo, talvez escrevesse sobre como mapeamos todos os critérios ambientais dos produtos da Marcetex e também da sua cadeia de fornecedores; explicaria minuciosamente o cruzamento que fizemos a partir desses resultados com as exigências das certificações mais expressivas do mercado; entraria no resultado final de sua contribuição para o LEED dizendo que hoje a Marcetexatende um total de 2 dos 9 pontos possíveis e mostraria, inclusive, uma figura do resultado final e que intitulamos de DSP – Declaração Sustentável do Produto.
Figura – DSP Marcetex, SJ 2017
Contudo, quero contar uma outra história. Não estamos falando de transparência? E o que seria a transparência senão uma forma do entendimento do seu ser. Do entendimento dos seus erros e acertos. De saber, que muitas das realizações vêm de fracassos… e de não ter medo de expô-los, pois sem eles não haveria a experiência. Por isso, gostaria de contar a história de como uma “exigência” do mercado vem transformando toda uma empresa e nada melhor do que a reflexão de quem participou de todo o processo.
“A realização do diagnóstico para entender o grau de sustentabilidade dos nossos produtos nos deu uma nova visão, um novo olhar para os nossos processos. Houve melhorias na postura da empresa, em nosso comportamento e isso vem se refletindo desde a forma de como estudamos a composição dos materiais até como buscamos fornecedores em nossa cadeia.
O estudo nos possibilitou apontar fornecedores que seguem as exigências do LEED e, principalmente, aqueles que atendem aos requerimentos de VOC e materiais tóxicos. Foram contratados novos fornecedores de colas e tintas, porém, não excluímos os fornecedores antigos. Não faz parte da política da Marcetex excluir, mas trabalhar de forma a capacitar e incluir aqueles que compartilham da mesma visão que temos. Dessa forma, em um dos casos ajudamos um de nossos fornecedores de tintas (lacas e vernizes) para interiores a obter os laudos de VOC para os seus produtos. Em outro caso, temos um pequeno fornecedor de mão de obra que está a anos conosco. Ele tem uma oficina mecânica e cuida da nossa frota. Por ser pequeno, ele não sabia da exigência de uma Licença de Operação para suas instalações e tampouco sabia como fazer para obtê-la. Poderíamos simplesmente ter trocado de fornecedor, porém, escolhemos por usar nossa estrutura para orientá-lo e auxiliá-lo de todas as formas para que ele obtivesse sua licença.
Com este novo conhecimento foi possível entender a receita de produção das divisórias e apresentar os produtos com total transparência, sem ocultar eventuais “vilões ecológicos”, a fim de mensurar o real desempenho ambiental e técnico dos mesmos. Este conhecimento também foi muito importante na implantação do novo processo de orçamentos e custos, trazendo um controle melhor dos custos e preços a serem praticados.
No processo produtivo fazemos agora a gestão correta dos resíduos. Todo resíduo é separado e destinado para locais que tenham as licenças em dia. E esse também foi um ponto de mudança comportamental nosso. Hoje, nossos colaboradores entendem a importância da reciclagem e acaba que nos policiamos sempre que há algum deslize.
Em suma, podemos dizer que o diagnóstico deu um upgrade na atuação ambiental da Marcetex, potencializou o atendimento que já é realizado, realçou as certificações vigentes na empresa como o FSC e a ABNT Rotulagem Ambiental e fundamentou as estratégias em relação aos próximos passos que a Marcetex precisa percorrer em relação a sustentabilidade. São elas: novas certificações, novos relatórios, gestão de qualidade, entre outros.” (Adalberto Alves. Marcetex, 2017)
Sigmund Freud disse certa vez “Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer.”
Texto escrito por:
Eduardo Straub, WELL AP e LEED AP BD+C, Sócio-Proprietário da StraubJunqueira (Consultoria Especializada em Construção Sustentável e Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar), empresa membro do GBC Brasil.
Ainda lembro bem do barulho da primeira bomba que escutei vindo do lado de fora da janela, enquanto assistia a uma aula sobre Negócios e Desenvolvimento Sustentável do alto de uma das salas de aula do prédio da FGV, na Paulista. “Será que vão fechar o metrô?” Alguém me preocupou.
Era 6 de Junho de 2013 e naquela época cursava um MBA sobre Gestão em Sustentabilidade. Do lado de fora, manifestantes declaravam guerra contra o aumento das tarifas do transporte público. Menos de 1 ano depois, ouvia-se nas ruas os gritos de “Não vai ter copa!” de um povo cansado de ver seus impostos escoando pelos ralos da corrupção. E em Julho de 2016, 2 anos após a primeira bomba, a população se movimentava a favor do impeachment de seu presidente e para cobrar, de todos os seus políticos, mais transparência.
Transparência… antes de falarmos de sustentabilidade e de seus pilares, temos que ter a transparência incorporada em todos os nossos atos. Ela tem que fluir de forma natural, inconsciente.
O próprio LEED, em sua versão mais atual, deixa de buscar apenas a performance em seu capítulo de Materiais e passa a dar ênfase na transparência dos produtos e materiais incorporados no edifício. Ainda permanece todo o conceito de regionalidade, conteúdo reciclado, madeira FSC, materiais de reuso e etc, porém, eles são agora uma opção dentro de um crédito que pede que os fabricantes de materiais possuam um relatório público detalhando seus fornecedores de matérias-primas, local de extração dessas matérias-primas, compromisso de responsabilidade para o uso da terra e de redução dos impactos ambientais.
Outros créditos dentro da categoria de Materiais do LEED exigem o EPD ou ACV dos produtos, trazem uma opção de buscar o ACV da edificação como um todo, pedem por uma lista de substâncias químicas utilizadas nos produtos e que atendam a programas como o CASRN, HPD, Cradle to Cradle, GreenScreen e o REACH.
E foi justamente por causa do LEED que a Marcetex chegou até nós. Como escrevi em outra publicação intitulada “Tendências para o Setor Residencial”, estamos vivendo uma mudança comportamental. Ou seja, a sociedade vem buscando por uma melhor qualidade de vida, por uma alimentação mais adequada e saudável, por empregos e formas de trabalho que nos proporcionem satisfação pessoal e profissional, por flexibilidade nos horários para que possamos trabalhar e também passar um tempo com nossas famílias e amigos e, como consumidores, comprar produtos que não agridam nem ao meio ambiente e nem a nossa saúde.
Algumas empresas como a Votorantim e a Isover Saint Gobain já entenderam essa nova tendência e hoje possuem em sua linha produtos com EPD (Environmental Product Declaration ou Declaração Ambiental do Produto), que nada mais é do que uma ACV (Análise do Ciclo de Vida) realizada a partir de regras específicas para aquele produto e que, ao final do estudo, passou por uma auditoria. A Armstrong, além do EPD, possui também o HPD (Health Product Declaration), cujo objetivo é informar os riscos associados à saúde humana de componentes e substâncias de um determinado produto.
A Interface, case no 1 quando o assunto é sustentabilidade, entendeu essa tendência em 1994 quando começou a focar no pilar ambiental da sustentabilidade e anunciou, em 2006, o programa “Missão Zero”, cuja meta é transpor as 7 fronteiras descritas abaixo até 2020:
1. Eliminar qualquer tipo de geração de resíduo;
2. Eliminar a emissão de substâncias tóxicas na fabricação de seus produtos, na sua operação e de seus veículos;
3. Operar apenas utilizando energia renovável;
4. Redesenhar seus processos e produtos para utilizar materiais de reuso e bio-based;
5. Transportar pessoas e produtos eficientemente para eliminar resíduos e emissões;
6. Criar uma cultura interna que utilize os princípios da sustentabilidade para melhorar a vida e os meios de subsistência de todos os seus stakeholders;
7. Criar um novo modelo de negócios que demonstre e suporte os valores do comércio baseado na sustentabilidade;
Essa mudança repentina de comportamento ao passar a priorizar a sustentabilidade como estratégia e incorporá-la no modelo de negócios da empresa ainda é raro de se ver, contudo, será mais frequente daqui para frente. Na frutaria aqui perto de casa, entre o tomate com selo orgânico e o “normal”, vejo cada vez mais as pessoas paradas, atentas e comprando da baia de orgânicos.
Texto escrito por:
Eduardo Straub, WELL AP e LEED AP BD+C, Sócio-Proprietário da StraubJunqueira (Consultoria Especializada em Construção Sustentável e Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar), empresa membro do GBC Brasil.
A StraubJunqueira é destaque mais uma vez na revista GBC Brasil!
“Nova versão do LEED traz inovação, regras mais rígidas e um olhar totalmente novo sobre o ciclo de vida da edificação. ”
A Arq. Luiza Junqueira deu uma entrevista para a última edição da revista GBC Brasil (Ed. Jun/Jul 2017). Em matéria sobre os novos critérios do LEED V4, a arquiteta fala sobre a importância das Declarações Ambientais de Produto (conhecidas como EPD, que refere-se às siglas em inglês), tanto para as indústrias como para os consumidores finais.
Ainda, de acordo com Luiza, “O objetivo final de um EPD é servir como um documento de comparação. A partir do momento que eu tenho o EPD de um produto A, e de um mesmo produto B, eu consigo comparar quais são os impactos ambientais de cada um deles. Além de trazer a garantia de que as informações ambientais que foram declaradas pelo fabricante são verdadeiras.”
Em função das novas adaptações do LEED V4, mais especificamente no que tange às exigências relacionadas aos materiais e Declarações Ambientais de Produto, a StraubJunqueira abriu um novo núcleo de negócios focado em prestar consultoria à industria e fornecedores da cadeia de construção civil.