Desde o início do milênio, o setor da construção civil vem vivenciando uma transformação em como projetar e construir de maneira a mitigar os impactos negativos no meio ambiente, na mobilidade urbana, no uso de materiais e produtos e, principalmente, na redução dos custos operacionais com a eficiência hídrica e energética.
Os conceitos e as certificações para greenbuildings vem subindo a régua a cada ano. Porém, uma pergunta ficou. “Ótimo, estamos construindo de forma mais sustentável. Mas e as pessoas que habitam as edificações? Estamos preocupados com elas?”
Bem, a resposta veio em Outubro de 2014 com a certificação WELL.
Vou abrir um parêntese para dizer que nesse artigo não pretendo escrever sobre o que é a certificação WELL, mas qual a relação entre saúde e produtividade. Contudo, se você quiser saber mais sobre o WELL e seus conceitos, deixo alguns links de outras publicações que fiz a respeito logo abaixo da minha assinatura em Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar.
A figura abaixo traduz bem onde eu quero chegar. Ou seja, em ambientes em que as pessoas sentem-se mais saudáveis tanto física quanto mentalmente gera um maior bem-estar, eleva a qualidade de vida, traz mais felicidade, aumenta o engajamento e, consequentemente, faz com que todos os ocupantes fiquem mais produtivos. E quando falamos em produtividade, também falamos em absenteísmo, presenteísmo e de retorno financeiro para o investidor.
Um estudo intitulado como “O Impacto do Bem-Estar nos Custos e no Desempenho Organizacional” mostra que se for aumentado em 10% o bem-estar dos colaboradores, isso resulta em um aumento de 5% na performance no trabalho e de 6% de melhores dias de trabalho. Além disso, há uma redução de 5% de abstenções no trabalho não agendadas, 16% de idas a salas de emergências, de 20% em entradas em hospitais, 24% de redução no presenteísmo, 60% com custos médicos e 66% com custos de prescrições médicas. Lembrando que os planos de saúde são o 2º maior encargo na folha de pagamento das empresas.
A Gallup também fez uma análise em mais de 250 pesquisas e estudos, cobrindo mais de 200 organizações e comparou os colaboradores mais engajados com os menos engajados. O resultado foi que os colaboradores mais engajados são 22% mais lucrativos para as empresas, 21% mais produtivos, são 10% melhor avaliados pelos clientes, faltam 37% menos no trabalho, a qualidade do trabalho é superior, a rotatividade desses profissionais nas empresas caem em 45% e são menos propensos a sofrer acidentes de trabalho. Além disso, com funcionários mais engajados e produtivos, as empresas ficam mais enxutas, não necessitando contratar mais de uma pessoa para determinada tarefa.
Por fim, quero deixar uma reflexão. Pesquisas realizadas recentemente pelo PwC, Linkedin e Gallup mostram que o mercado de trabalho está desengajado e buscando por novas oportunidades. Ou seja, está difícil recrutar, mais difícil ainda em reter os talentos e, principalmente, complicado de manter o colaborador engajado.
Empresas sólidas tem um time de colaboradores engajados e produtivos. Por isso que a saúde dos escritórios e dos espaços internos das edificações é um passo importante para que tudo isso aconteça. No fundo mostra a relação e confiança que as empresas tem junto aos seus funcionários. Outro dia li aqui mesmo no Linkedin uma publicação em que diziam que não existe mais o B2B e B2C, agora é o H2H (Human To Human)… achei isso bem real e verdadeiro.
Abraços e até a próxima.
Obs. Não deixe de comentar!
Eduardo Straub
Sócio-Proprietário da StraubJunqueira
Consultoria Especializada em Construção Sustentável e Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar